Tenho por Adriano
Moreira o respeito devido a um cidadão e ao ancião capaz de ser meu pai. Dito
isto,
-sobre a
substância do que afirma, entendo que AM confunde Repartição de Recursos
Limitados com Princípios de natureza diferente como os da Declaração Universal dos
Direitos do Homem,
-recordo
que antes do 25 de Abril, não sendo ‘ultra’, esteve no lado errado da
barricada,
-reformulo
como pergunta, a acusação pública e, que eu saiba sem resposta, de ter
responsabilidade política directa na reabertura e funcionamento do Campo de
Concentração do Tarrafal para acolher combatentes nacionalistas das então Colónias.
*Condicionamento dos Princípios
pelos Recursos Disponíveis
A questão
está mal formulada e deve ser reposta:
-como
alocar recursos limitados à realização de diversos fins sociais?
Nestes
casos, os ‘princípios’ ou a ‘principiologia’ estão condicionados pelo facto dos
recursos serem limitados, não levantam o problema da universalidade da sua
aplicação, mas sim problemas de eficácia, eficiência e Justiça Social na
repartição dos Recursos.
Perante o
condicionamento real da limitação dos Recursos, o mero reclamar de ‘princípios’
não é mais do que a versão mais refinada de uma atitude comum
-a da
demissão das responsabilidades em enfrentar a realidade – AM junta-se ao ‘Mestre’
António Costa e ao ‘Aprendiz’ António José Seguro.
O povo
aguarda propostas mais realistas.
*Princípios Gerais e Absolutos
Há outros
Princípios que são gerais, absolutos e cuja defesa tem custado muitos milhões
de vidas e sofrimentos infindáveis. Exemplo são os que figuram na Declaração
Universal dos Direitos do Homem.
Sobre a
defesa destes Princípios e a clareza de posições, há uma observação e uma pergunta
a Adriano Moreira.
Antes de
1974, o Governo de Portugal violava a maior parte destes princípios, no
Continente e na Colonias, onde democratas portugueses e nacionalistas africanos
lutavam por eles – desse tempo, recordo Adriano Moreira no lado errado da
barricada, não era ‘ultra’, mas o lado era o errado. A defesa dos Princípios
exige mais coerente paladino.
Recentemente,
Edmundo Pedro, alguém que tem uma tremenda autoridade para falar sobre Direitos
do Homem, formulava no jornal Público uma acusação a Adriano Moreira, que não
me lembro de ter sido contestada e que reformulo como pergunta:
-durante a
Guerra Colonial, o Campo de Concentração do Tarrafal foi reaberto e posto a ‘funcionar’
contra os combatentes pela independência de Angola, Guiné, Cabo Verde e Moçambique,
-o Ministro
Adriano Moreira teve responsabilidade politica directa (indirecta, teve) nesta
reabertura e funcionamento?
É
importante responder a esta pergunta para ilibar a sua pessoa ou situar outra
dimensão, e esta algo sinistra, na sua concepção da Defesa de Princípios.
A Bem da
Nação
Lisboa 29
de Agosto de 2014
Sérgio
Palma Brito