quinta-feira, 31 de julho de 2014

Notas (muito) Breves Sobre o Relatório da TAP, SGPS, SA de 2013


O Relatório da TAP, SGPS, SA (vulgo Grupo TAP) referente a 2013 acaba de ser publicado. Neste Post, limitamo-nos a situar os Resultados Líquidos das Empresas.

Em breve publicaremos uma análise mais completa do Relatório no Blogue temático sobre Turismo (Aqui).

 

*Resultado Líquido de TAP, SGPS, SA e TAP, SA
O Gráfico 1 apresenta o Resultado Líquido da TAP, SGPS, SA e da TAP, SA em 2013,

-a TAP, SA tem um Resultado Liquido de €34 milhões, acima dos €23,8 de 2012, mas longe da imagem de ‘uma das forças de trabalho mais eficiente da Europa’ (citamos de cor) de que fala o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil,

-a TAP, SGPS, SA apresenta um Resultado Líquido negativo de -5.8 € mil milhões, um progresso em relação aos -25,5 € mil milhões de 2012.

Em síntese, é uma performance medíocre, mas que não cria dramas e permite a Governo & Interesses instalados manter uma inacção, cujo desenlace pode ser extremamente desagradável para ‘a TAP’ e para o País. Quem viver, verá.

Gráfico 1 – Resultado Líquido da TAP, SGPS, SA e TAP, SA
(€milhões)
 
Fonte: Elaboração própria com base em TAP, Relatório referente a 2013

*Resultado Líquido de SPdH e Manutenção do Brasil
O Gráfico 2 apresenta o Resultado Líquido da SPdH, SA (mais conhecida pela marca Grounforce) e da Manutenção do Brasil. Em 2013,

-no seguimento da sua privatização parcial, a SpdH já apresenta um Resultado Líquido positivo de € 2,1 mil milhões,

-a Manutenção do Brasil apresenta um Resultado Líquido negativo de € -41 mil milhões, a marcar uma melhoria relativa e sustentada desde 2010, mas a abrir a perspectiva de mais perdas em anos futuros.

O caso da Manutenção Brasil não pode ser ignorado, pelas perdas que representou e pode representar e por inquinar a Privatização da TAP, SGPS, SA e catalizar posições extremadas como as que recentemente foram as do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil.

Gráfico 2 – Resultados Líquidos da SPdH e Manutenção Brasil
(€milhões)
 
Fonte: Elaboração própria com base em TAP, Relatório referente a 2013

*Resultado Líquido Acumulado 2003/2013
O Gráfico 3 apresenta o Resultado Liquido Acumulado 2003/2013 de cada uma das empresas – é um dos indicadores para avaliar o que Accionista Estado e Gestão Profissional têm feito durante os últimos onze anos. Há uma observação prévia

-os resultados são maus e só são possíveis pelos nossos brandos costumes, mas são a expressão de uma Estratégia empresaria inovadora (o hub intercontinental de Lisboa), que evitou a ‘falência da TAP’ e abriu caminho para a Privatização que permita ‘à TAP’ conhecer um verdadeiro desenvolvimento.

Em síntese,

-os € -254,1 mil milhões já perdidos na Manutenção Brasil e os que ainda vão ser perdidos são fruto de um erro de avaliação da Gestão e Accionista Estado, seguido da incapacidade em estancar a hemorragia

-os € -136 milhões perdidos na SPdH, SA (Groundforce) são essencialmente da responsabilidade do Accionista Estado, mas parecem pertencer ao passado,

-os € 51 milhões de Lucro Líquido acumulado pela TAP em onze anos são um resultado inaceitável (uma empresa tem a obrigação de remunerar o capital) e escondem a incapacidade do Estado Accionista em assumir as suas responsabilidades e contribuir para que ‘o fraco Accionista faz fraca a forte Gestão’ (Aqui).   

Gráfico 3 – Resultado Líquido Acumulado 2003/2013
(€milhões)
 

Fonte: Elaboração própria com base em TAP, Relatório referente a 2013

 
*Nota Final
A maior parte das intervenções públicas sobre ‘a TAP’ são marcadas por emoção, ilusão, julgamentos à priori, conjugação de interesses e ignorância de números como estes e da envolvente exterior do Transporte Aéreo na Europa, mais as ligações intercontinentais.

Esperamos ter contribuído para uma informação que é indispensável a qualquer debate sobre a TAP.

Voltaremos ao assunto

 

A Bem da Nação

Lisboa 31 de Julho de 2013

Sérgio Palma Brito

quarta-feira, 30 de julho de 2014

1554 – Descrição da Cidade de Lisboa (Damião de Gois)


Damião de Góis é autor da Descrição da Cidade de Lisboa, impressa em Évora, em 1554, por André de Burgos. O autor e a sua obra * exigem ser conhecidos – a Descrição é um livrinho de leitura fácil e instrutiva.

Citamos uma referência à fixação de estrangeiros na cidade, porque ilustra a genealogia de uma prática que muitos pensam ter começado com os Golden Visas:

-“No que diz respeito à salubridade do lugar e da situação de Lisboa, assim como à doçura do clima, é tal a suavidade e a amenidade, e tanta a harmonia entre a terra e a atmosfera, que quase não há um único dia do ano em que se sinta ou calor ou frio excessivos. Daí resulta que muitos estrangeiros, vindos de nações diversas e de regiões muito afastadas, atraídos pela pureza do clima, para aqui imigram, abandonando o seu torrão natal e os cuidados da sua pátria, e aqui fixam residência definitiva e domicílio vitalício.”.

Voltaremos a Damião de Gois do opúsculo Descrição de Espanha, de 1541, na parte em que defende os ‘estalajadeiros de Espanha’ e ataca os da Alemanha e França.

 

A Bem da Nação

Lisboa 30 de Julho de 2014

Sérgio Palma Brito

 

*Há duas edições da Descrição da Cidade de Lisboa, a dos Livros Horizonte e a mais recente, da Frenesi. A Távola Redonda já publicou dois volumes das Obras de Damião de Gois (anos de 1532/1538 e 1539/1540). Desconhecemos a existência de uma biografia de Damião de Gois.