Para descontrair volto à polémica sobre o Aeroporto Cristiano
Ronaldo. Na Europa e talvez no mundo, mas só vi a Europa, a regra geral é os
aeroportos não serem baptizados. Quando o são, encontramos nomes da política: Charles
de Gaulle, Atatürk, Adolfo Suarez, Francisco Sá Carneiro e Humberto Delgado
(sem o seu papel na politica, o nome do general sem medo não teria sido
escolhido). Há nomes da cultura: Fiumicino – Leonardo da Vinci, Václav Havel, e
Frederic Chopin e alguns outros.
A excepção é o aeroporto John Lennon em Liverpool. Talvez
haja quem não goste, mas entre Beatles e futebol, ainda é o futebol que mais
diz às pessoas.
A Madeira é uma pequena ilha de 270k habitantes no meio do
Atlântico. A sua extraordinária beleza natural e, mais recentemente, a paisagem
cultural das Levadas atraem visitantes à Madeira. As coisas sendo o que são e
num futuro previsível, o quotidiano dos madeirenses depende do turismo. Pela minha
observação pessoal de anos e mais do que os algarvios (para não falar da nata
mediática da capital), os madeirenses estão conscientes disso e tudo fazem para
que o visitante volte.
Cristiano Ronaldo é um grande profissional, é e vai
continuar a ser um foco mediático. Ao mesmo tempo, é um ser humano no que isso
tem de bom. Dar o seu nome ao aeroporto da Madeira associa a sua imagem
mediática à do destino turístico e contribui para o posicionamento (isto é, a percepção
que as pessoa formam sobre a Madeira) deste no mercado. E o posicionamento é
determinante na formação da procura que faz viver os madeirenses.
Fosse eu a decidir, e teríamos o aeroporto Cristiano
Ronaldo. Antes de me insultar e/ou chamar economicista, pensem. A aglomeração
urbana de Liverpool tem o triplo da população da Madeira e o aeroporto mais de
60% do tráfego do Funchal. É parte de uma maior aglomeração que engloba Leeds,
Sheffield e Manchester. Não é habitada por mentecaptos de um país atrasado e
sem tradição de Democracia.
E lá está o John Lennon Airport. E está muito bem. Como bem
vai estar o Cristiano Reinaldo Airport.
A Bem da Nação
Lisboa 25 de Julho de 2016
Sérgio Palma Brito
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