Este post não ataca o Expresso, é a reacção de um leitor que exige ao
Expresso textos isentos de preconceitos. E exige porque quer o Expresso a ser
jornal de referência que tem de continuar a ser.
O título e o texto da notícia só são o que são porque a empresa leader do consórcio ganhador é alemã e porque a jornalista privilegiou a sua opinião sobre a pesquiza dos factos e redacção do texto.
Fora a Vinci ou a Aéroports de Paris a ganhar o concurso e tudo seria diferente, o que até aceito em amigos de esquerda e acho normal na pirotecnia politica, mas não no Expresso.
O título e o texto da notícia só são o que são porque a empresa leader do consórcio ganhador é alemã e porque a jornalista privilegiou a sua opinião sobre a pesquiza dos factos e redacção do texto.
Fora a Vinci ou a Aéroports de Paris a ganhar o concurso e tudo seria diferente, o que até aceito em amigos de esquerda e acho normal na pirotecnia politica, mas não no Expresso.
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1.Factos
A privatização da gestão dos aeroportos regionais da Grécia é uma das
condições impostas pelos credores para o segundo resgate à Grécia no valor de
€245 mil milhões.
Em Novembro de 2014 e em concorrência internacional, a Fraport AG e o seu parceiro
grego minoritário Slentel do grupo Copelouzos, são
escolhidos como investidor preferido para gerir 14 aeroportos regionais da
Grécia durante 40 anos. A Fraport AG pagará €1.234 milhões no fecho do contrato
então previsto para o outono de 2015 – segundo o Financial Times, é mais do
dobro da oferta do segundo classificado.
No início de de 2015, o novo governo grego anuncia o congelamento do programa
de privatizações, que era uma das condições do regate de €245 mil milhões. A
Reuters fala de “desafio aos credores internacionais”.
No âmbito das negociações do que virá a ser o terceiro resgate, em Maio de
2015, o governo grego anuncia que vai continuar os esforços para privatizar o
operador do porto de Pireu e os 14 aeroportos regionais. A Bloomberg fala de
concessão aos credores. É um claro recuo do governo grego em relação a
promessas eleitorais.
A 18 de Agosto, o governo grego confirma a privatização da gestão dos 14
aeroportos regionais ao consórcio. As negociações ainda não estão fechadas e
devem prolongar-se para além de 31 de Dezembro. A decisão do governo grego não
é pacífica e enfrenta críticas.
2.Comentário
Não quero
ler no Expresso
-“uma
empresa do País de Angela Merkel” que “vai mandar” nos aeroportos ou “são os
alemães que no próximo meio século” ou “aeroportos que passam para as mãos dos
alemães”.
Não aceito
que uma tirada como “Ironia do destino, ou simples dramaturgia do capitalismo
internacional, são alemães os novos concessionários de 14 aeroportos gregos” apenas
resulte de falta de pesquiza sobre a relação entre a Grécia e os credores.
Não é
verdade que “O consórcio Fraport-Slentel detém a gestão de vários aeroportos em todo o
mundo, entre eles o de Frankfurt” – é a Fraport AG que a detém e o consórcio
vencedor é entre esta empresa e o parceiro minoritário Slentel do grupo grego
Copelouzos.
A Bem da Nação
Lisboa 19 de Agosto de 2015
Sérgio Palma Brito