Caros
amigos dos sindicatos da TAP!
Lemos a
notícia do Publituris online (aqui)e
pensamos ser importante esclarecer o significado real de uma afirmação vossa:
-“A TAP não
recebe, há mais de 18 anos, absolutamente nada do Estado Português”.
Antes de
listarmos factos que mostram como a afirmação, sendo verdade não é verdadeira,
fazemos uma pergunta:
-que
divindade acordou à TAP a indulgência de não ser obrigada a remunerar (leia-se,
pagar dividendos) o capital nela investido e que é de todos os portugueses?
Feita a
pergunta, passemos aos factos.
Entre a
nacionalização de 1975 e 1994, o Estado ‘meteu’ Na TAP uma verba que nos dá
muito trabalho quantificar, mas que é significativa.
Apesar
desta ajuda,
-em 1994 a TAP
é salva da falência com ajuda do Estado de €1,35 mil milhões para aumento de
capital e €1,27 mil milhões de garantias a empréstimos, em euros actualizados a
2014.
Apesar desta ajuda,
-em 2000/01, a TAP está de novo à beira da falência e
sem que o Estado possa intervir, porque a decisão da Comissão de Julho de 1994 tal
proíbe.
A partir de 2001,
-a TAP é salva da falência pela gestão profissional da
equipa de Fernando Pinto, depois de 25 anos de gestores de génese político
partidária e desconhecedores do negócio da aviação civil.
Como explicamos em outro lugar, entre 2001/2014,
-o
número de passageiros da TAP é multiplicado por dois, mas o número de PKUs é
multiplicado por três, o que representa crescimento de ‘duas TAPs de 2001’,
-a TAP tem
performance financeira medíocre por várias razões que explicamos em outro post,
mas cuja responsabilidade está longe de ser a que apontam.
Por razões que vão muito para além das que enunciam,
-em 2015 a TAP só será salva da falência por
capitalização de várias centenas de milhões de euros e outras tantas em
garantias bancárias.
Se for feita pelo Estado, esta capitalização tem de
ser aprovada por Bruxelas a dois níveis:
-o do Orçamento, porque vai ao deficit, o que levanta
questões sem solução fácil,
-o da Concorrência, o que implica um plano de
reestruturação gravoso e acordado por burocratas de lá e políticos de cá, o que
só por milagre dá certo.
Se chegarmos à implementação deste plano, aposto
recordarão o que agora escrevemos.
Se a capitalização for feita por accionista privado,
longe de burocratas de lá e políticos de cá, tem chance de dar certo, porque o accionista
conhece o negócio e procura rentabilizar o investimento.
Por fim, recordamos uma realidade que tem vindo a ser
ignorada e não tida em conta:
-desde 1994 que a TAP só sobrevive se for rentável em
mercado aberto e sem ajuda do Estado.
Sem isto, todos nós perdemos!
A Bem da Nação
Lisboa 30 de Abril de 2015
Sérgio Palma Brito
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